Formação continuada em contexto pandêmico: dos gestos fundamentais do formador ao gesto específico de regulação de conflito
DOI:
https://doi.org/10.21165/gel.v20i3.3588Palabras clave:
Formação em serviço. Trabalho docente. Gestos do formador. Conflitos.Resumen
O objetivo deste artigo é apresentar o gesto do formador de regulação de conflitos a partir de resultados de uma tese de doutorado que analisa um encontro de uma formação docente em serviço sobre o ensino de produção de texto, que ocorreu em 2020 durante a pandemia de COVID-19. Participaram dessa formação professores do Ensino Fundamental Anos Iniciais, durante a Hora de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC). Os objetivos específicos são analisar os gestos de formação mobilizados pela formadora e identificar quais dimensões da formação (contexto sócio-histórico, didático, gestos da formadora) fazem emergir conflitos enfrentados pelos participantes. A fim de discutir o trabalho docente, embasamo-nos em Machado (2007, 2010), em Machado e Bronckart (2009) e na Ergonomia da Atividade dos Profissionais da Educação (Amigues, 2004). Para discutir a relação trabalho, conflito e desenvolvimento, amparamo-nos na Clínica da Atividade (Clot, 2006, 2010, 2016). Para analisar os gestos da formadora, recorremos a Gagnon et al. (2018). Os resultados apresentam que os conflitos dos participantes constituem a atividade do formador e, portanto, a identificação do gesto de regulação de conflitos se faz necessária, pois as tensões podem ressignificar a relação dos envolvidos no processo formativo, apontando caminhos também para uma formação em contexto pós-pandêmico.
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