Pandemic and discursive memory of State violence. Considerations on the demand for truth and accountability.

Authors

DOI:

https://doi.org/10.21165/gel.v19i2.3438

Keywords:

Discursive memory. Family members of COVID-19 victims. Human rights movements. Discourse modalization.

Abstract

Since 2020, demands for accountability of State powers, chiefly the federal government, for the COVID-19 pandemic victims have arisen. In many cases, family members of the victims are at the forefront, and they have already gained organic expression in at least one national level association. In this article, in the methodological and theoretical framework of the materialist discourse analysis, we have brought up the hypothesis that the formulations of demand for accountability of the public power due to the lethal effects of the COVID-19 pandemic in Brazil are crossed by a discursive memory of previous fights for justice against State violence agents in Latin America. Our purpose is to identify traces of this interdiscursive relation in organized family members’ discourses and in public statements from other groups. The results described here show, in the ongoing regularization of these new voices and demands, paraphrasing effects related to social movements triggered by previous State violence cycles, mainly concerning family members of those who went missing for political reasons. We have identified these effects in three dimensions: in modalizations of the metadiscourse which signals the passage of the family member’s voice from the private to the public space; in the claim for an autonomous position for oneself, and in the demand for “truth” as a public disclosure of what the State was trying to hide.

Downloads

Download data is not yet available.

References

CABRAL, R.; LAPA, R. (org.). Desaparecidos políticos. Prisões, sequestros, assassinatos. Rio de Janeiro: Edições Opção e Comité Brasileiro pela Anistia, 1979. Disponível em: http://docvirt.com/docreader.net/DocReader.aspx?bib=bibliotbnm&pagfis=11332. Acesso em: 25 jan. 2022.

CHADE, J. Entidades costuram base de futura “Comissão da verdade” sobre a pandemia. Portal UOL, 27/04/2021. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2021/04/27/entidades-costuram-base-de-futura-comissao-da-verdade-sobre-pandemia.htm. Acesso em: 27 maio 2022.

COURTINE, J.-J.; PIOVEZANI, C. História da fala pública. Uma arqueologia dos poderes do discurso. Rio de Janeiro: Vozes, 2015.

FACHIN, M.; RAMOS, G. “Óbito também é alta”. A total desumanização das pessoas idosas durante a pandemia de COVID-19. Inter, Rio de Janeiro, v. 4, n. 2, p. 176-196, 2021.

FANJUL, A. Primeros textos públicos de familiares de desaparecidos por razones políticas en Argentina y Brasil. Un análisis de tensiones en la regularización discursiva. Humanidades e Inovação, v. 7, n. 24, p. 262-277, 2020.

FANJUL, A. Familiares de desaparecidos: uma voz que aflora sob as ditaduras. In: FANJUL, A.; MENEZES, A. Brasil e Argentina: estudos discursivos comparados. Campinas: Pontes, 2021. p. 29-57.

FEITLOWITZ, M. Un léxico del terror. Buenos Aires: Prometeo, 2015.

FERRANTE, L.; DUCZMAL, L.; STEINMETZ, W.; ALMEIDA, A.; LEÃO, J.; VASSÃO, R.; TUPINAMBÁS, U.; FEARNDSIDE, P. How Brazil’s President turned the country into a global epicenter of COVID-19. Journal of Public Health Policy, n. 42, p. 439-451, 2021.

FILC, J. Entre el parentesco y la política. Familia y dictadura, 1976-1983. Buenos Aires: Biblos, 1997.

FIORIN, J. L. Modalização: da língua ao discurso. Alfa, São Paulo, n. 44, p. 171-192, 2000.

FONSECA, B. Governo Bolsonaro sabia dez dias antes do colapso em Manaus a necessidade de transferir pacientes. A Pública, 18/01/2021. Disponível em: https://apublica.org/2021/01/governo-bolsonaro-sabia-10-dias-antes-de-colapso-em-manaus-e-necessidade-de-transferir-pacientes/. Acesso em: 22 abr. 2022.

FOUCAULT, M. La arqueología del saber. Tradução de Aurelio G. del Camino. Buenos Aires: Siglo XXI, 2007 [1969].

FRANCO, M. UPP – A redução da favela a três letras: uma análise da política de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro. 2014. Dissertação (Mestrado em Administração) − Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Turismo, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2014.

GOMES, N.; LABORNE, A. Pedagogia da crueldade: racismo e extermínio da juventude negra. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 34, p. 1-26, 2018.

GORINI, U. La rebelión de las Madres. Historia de las Madres de Plaza de Mayo. Tomo I. La Plata: EDULP, 2017.

GUIMARÃES, E. Semântica do acontecimento: um estudo enunciativo da designação. Campinas: Pontes, 2005.

INDURSKY, F. A fala dos quartéis e as outras vozes. 1992. Tese (Doutorado em Ciências – Linguística) – Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1992.

JELIN, E. Los trabajos de la memoria. Buenos Aires: FCE, 2021.

LEVY, C.; RIBEIRO, R. Filhos sem mães: como se viram as famílias com órfãos da COVID-19. A Pública, 2/3/2021. Disponível em: https://apublica.org/2021/03/filhos-sem-maes-como-se-viram-as-familias-com-orfaos-da-covid-19/. Acesso em: 22 abr. 2022.

MAGALHÃES, M. A lógica da suspeição: sobre os aparelhos repressivos à época da ditadura militar no Brasil. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 17, n. 34, p. 203-220, 1997.

MBEMBE, A. Necropolítica. Tradução de Renata Santini. Arte & Ensaios, Rio de Janeiro, n. 32, p. 122-151, 2016.

NAPOLITANO, M. Recordar é vencer: as dinâmicas e vicissitudes da construção da memória sobre o regime militar brasileiro. Antíteses, Londrina, v. 8, n. 15, p. 9-44, 2015.

ORLANDI, E. As formas do silêncio: no movimento dos sentidos. Campinas: Ed. da UNICAMP, 2007.

PÉROTIN-DUMOND, A. Les archives de la défense des droits humains en Amérique Latine: Chili, Argentine, Pérou. Tradução para o espanhol publicada pela Fundación Hewnry Dunant. La Gazette des Archives, Paris, n. 206, p. 45-94, 2008.

PINTO, S. Direito à memória e à verdade: comissões da verdade na América Latina. Debates, Porto Alegre, v. 4, n. 1, p. 128-143, 2010.

PÊCHEUX, M. Papel da memória. Tradução de José Horta Nunes. In: ACHARD, P. Papel da memória. Campinas: Pontes, 2007 [1983]. p. 49-56.

PÊCHEUX, M. Semântica e discurso. Uma crítica à afirmação do óbvio. Tradução de Eni Orlandi. Campinas: Ed. da Unicamp, 2009 [1975].

TRAVERSO, E. El pasado. Instrucciones de uso. Tradução de Almudena G. de Cuenca. Madrid: Marcial Pons, 2007.

VENTURA, D.; DUARTE, F. Atividades consideradas essenciais no Brasil durante a pandemia: as discrepâncias entre normas federais e estaduais. Boletim Direitos na Pandemia, São Paulo, n. 10, p. 32-44, 2021.

VENTURA, D.; REIS, R. A linha de tempo da estratégia federal de disseminação da COVID-19. Um ataque sem precedentes aos direitos humanos no Brasil. Boletim Direitos na Pandemia, São Paulo, n. 10, p. 6-31, 2021.

ZOPPI FONTANA, M. Pós-verdade e enunciação política: entre a mentira e o rumor. In: CURCINO, L.; SARGENTINI, V.; PIOVEZANI, C. Discurso e (pós)verdade. São Paulo: Parábola, 2021. p. 87-104.

Published

2023-06-01

How to Cite

Fanjul, A. P. (2023). Pandemic and discursive memory of State violence. Considerations on the demand for truth and accountability. Revista Do GEL, 19(2), 32–56. https://doi.org/10.21165/gel.v19i2.3438