Emoções e desigualdade de gênero em narrativas de professoras durante a pandemia
DOI:
https://doi.org/10.21165/gel.v20i3.3589Palavras-chave:
Cultura patriarcal. Emoções. Linguagens. Pandemia. Professoras.Resumo
A fusão entre o tempo e o espaço dedicados ao exercício profissional e às tarefas domésticas sobrecarregaram ainda mais as mulheres professoras na pandemia da covid-19. Diante desse contexto, este estudo avalia como a experiência de ensino pandêmico pode ter retroalimentado a estrutura patriarcal presente nas desigualdades de gênero no contexto do ensino. A discussão é feita à luz da compreensão sobre o papel conjugado da linguagem e das emoções na atividade reflexiva das docentes, suscitada por protocolos de Pesquisa Narrativa. Para análise, utilizou-se os procedimentos da Análise de Conteúdo. Aqui, indica-se como um determinado emocionar e linguajar se apresentam no conteúdo das narrativas das docentes, ao mesmo tempo em que retroalimentam a cultura patriarcal, na qual as relações de desigualdade de gênero estão fundamentadas. Os resultados apontam para emoções de frustração, autocobrança, ansiedade e autodepreciação em um crescente contexto de desumanização circunscrito em conversações autodepreciativas e do dever ser que forjam a noção da improdutividade feminina. Dessa maneira, o estudo demonstra como o modo de funcionar patriarcal, durante a pandemia, aprofundou a fragilização das mulheres professoras participantes deste estudo.
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