Os tabus de decência na variação corno e chifrudo, eufemizados e disfemizados, na fala cearense, a partir de dados do ALiB
DOI:
https://doi.org/10.21165/gel.v20i1.3510Palavras-chave:
Corno. Chifrudo. Tabu. Variação Linguística. Eufemizar. DisfemizarResumo
Amparados nos pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística Variacionista (Weinreinch; Labov; Herzog, 2006; Labov, 2008), investigamos o uso do tabu linguístico corno no estado do Ceará, a partir de dados do ALiB. Objetivamos identificar a variante mais produtiva e analisar o papel dos fatores extralinguísticos e linguísticos sobre a realização da variante corno na amostra analisada, bem como investigar se esses fatores condicionam uma fala eufemizada na comunidade estudada. Testamos os fatores linguísticos recurso linguístico e nº de variantes faladas, e os fatores extralinguísticos sexo, faixa etária e localidade. O GoldVarb X selecionou a variável nº de variantes faladas como relevantes para a variante corno e para o uso de eufemísticos, e a variável sexo como relevante apenas para o uso de eufemísticos. Concluímos que a variante corno, 61,30%, é mais frequente que chifrudo, 38,70%, e que as comunidades pesquisadas não fazem uso de recurso linguístico para eufemizar a fala (33,30%), preferindo disfemizar (66,70%).
Downloads
Referências
ALMEIDA, L. de. À guisa de uma tipologia para os tabus linguísticos – proposta para um glossário. 2007. 193 p. Tese (Doutorado em Linguística) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, São Paulo, 2007.
ARAÚJO, J. C. Chats na web: a linguagem proibida e a queda dos tabus linguísticos. Linguagem em (Dis)curso, v. 8, n. 2, p. 311-334, maio./ago. 2008. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ld/a/b8b3TyThrrJyS7JNvyFCpJJ/?format=pdf&lang=pt . Acesso em: 26 abr. 2022.
AUGRAS, M. O que é tabu. São Paulo: Brasiliense, 1989.
AZEREDO, J. C. de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. 3. ed. São Paulo: Publifolha, 2010.
BENKE, V. C. M. Tabus linguísticos nas capitais do Brasil: um estudo baseado em dados geossociolinguísticos. 2012. 313 p. Dissertação (Mestrado em Estudos de Linguagens) – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2012.
BIDERMAN, M. T. C. Teoria lingüística: lingüística quantitativa e computacional. Rio de Janeiro : LTC, 1978.
BORBA, F. da S. Organização de dicionários: uma introdução à lexicografia. São Paulo: Editora Unesp, 2003.
CARDOSO, S. A. M. da S.; MOTA, J. A. Projeto Atlas Linguístico do Brasil: antecedentes e estágio atual. Alfa, São Paulo, v. 56, p. 855-870, 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/alfa/v56n3/a06v56n3.pdf. Acesso em: 19 jan. 2017.
CEGALLA, D. P. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. 48. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.
COSERIU, E. O homem e sua linguagem. 2. ed. Rio de Janeiro: Presença, 1987.
FISCHER, J. L. Social Influences on the choice of linguistic variant. Word, n. 14, p. 47-56, 1958.
FIGUEROA, E. Sociolinguistic metatheory. Oxford: Pergamon, 1994. Disponível em: https://www.cambridge.org/core/journals/language-in-society/article/abs/esther-figueroa-sociolinguistic-metatheory-language-communication-library-14-oxford-pergamon-new-york-elsevier-science-1994-pp-ix-204-hb-4900-7800/BE4DAC47894B455C7733E6795E6FFF27. Acesso em: 26 abr. 2022.
FREUD, S. Totem e tabu e outros trabalhos. Rio de Janeiro: Imago, 1969.
FREUD, S. Totem e tabu. Porto Alegre: L&PM Editores, 2013.
GUEDALHA, C. A. M. Tabus linguísticos como motivação na formação de palavras no PB. Working papers em Linguística, Florianópolis, v. 12, n. 2, p. 49-68, jul./dez. 2011. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/workingpapers/article/view/1984-8420.2011v12n2p49. Acesso em: 26 abr. 2022.
GUÉRIOS, R. F. M. Tabus linguísticos. 2. ed. São Paulo: Editora Nacional; Curitiba: Editora da Universidade Federal do Paraná, 1979.
GUY, G. R.; ZILLES, A. Sociolinguística Quantitativa: instrumental de análise. São Paulo: Editora Parábola, 2007.
HOUAISS, A. Escrevendo pela nova ortografia: como usar as regras do novo acordo ortográfico da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Publifolha, 2008.
HOUAISS, A.; VILLAR, M. S. Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa. Elaborado pelo Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Língua Portuguesa S/C Ltda. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
LABOV, W. Padrões Sociolinguísticos. Tradução Marcos Bagno, Maria Marta Pereira Scherre e Caroline R. Cardoso. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. Título original: Sociolinguistic Patterns.
LABOV, W. The intersection of sex and social class in the course of linguistic change. Language Variation and Change. Cambridge: Cambridge University Press, 1990.
ROCHA LIMA, C. H. da. Gramática Normativa da Língua Portuguesa. 7. ed. Rio de Janeiro: F. Briguiet & Cia, 1962.
LUFT, C. P. Dicionário prático de regência verbal. 9. ed. 9 reimp. São Paulo: Ática, 2005.
LYONS, J. Language and linguistics: an introduction. Cambridge: Cambridge University Press, 1981.
MARCUSCHI, L. A. Análise da conversação. São Paulo: Ática, 1986. (Série Princípios).
MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento. Pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: HUCITEC, 2007.
MONTEIRO J. L. Morfologia portuguesa. 4. ed. rev. e ampl. Campinas: Pontes, 2002.
OLIVEIRA E SILVA, G. M. Visão de conjunto das variáveis sociais. In: OLIVEIRA E SILVA, G. M.; SCHERRE, M. M. P. (org.). Padrões sociolinguísticos: análise de fenômenos variáveis do português falado na cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: tempo Brasileiro, 1996. p. 335-390.
OTSUKA, D. Disfemismo. InfoEscola – Navegando e Aprendendo, 2010. Disponível em: https://www.infoescola.com/linguistica/disfemismo/#:~:text=Disfemismo%20vem%20da%20palavra%20grega,para%20definir%20pessoas%20ou%20situa%C3%A7%C3%B5es. Acesso em: 16 abr. 2022.
PAES, J. L. Propaganda e palavrões. Comunicação e Educação, São Paulo: Ed. Moderna/USP, n. 6, p. 69-70, maio/ago. 1996.
PRETI, D. A gíria e outros temas. São Paulo: T. A. Queiroz/USP, 1984.
PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. C. Metodologia do trabalho científico [recurso eletrônico]: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo Hamburgo: Freevale, 2013.
RODRIGUES, J. C. Tabu da Morte. Rio de Janeiro: Achiamé, 1983.
SANKOFF, D.; TAGLIAMONTE, S. A.; SMITH, E. Goldvarb X – A multivariate analysis application. Toronto: Department of Linguistics; Ottawa: Department of Mathematics, 2005. Disponível em: http://individual.utoronto.ca/tagliamonte/Goldvarb/GV_index.htm#ref. Acesso em: 10 fev. 2022.
SANTOS, L. A.; PAIM, M. M. T. Menstruação na Bahia: um estudo em dois tempos distintos. Sociodialeto, Campo Grande, v. 6, n. 16, p. 219-260, jul. 2015. Disponível em: https://silo.tips/download/menstruaao-na-bahia-um-estudo-em-dois-tempos-distintos-1. Acesso em: 26 abr. 2022.
SILVA, A. de M. Diccionario da Lingua Portugueza. Lisboa: Tipographia Lacerdina, Tomos I e II, 1813.
ULLMANN, S. A Semântica. Uma introdução ao estudo do significado. 5. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1964.
VESCHI, B. Etimologia de eufemismo. ETIMOLOGIA-origem do conceito, 2020. Disponível em: https://etimologia.com.br/eufemismo/. Acesso em: 16 abr. 2022.
VILAÇA, M. G. da C. Tabus linguísticos na publicidade brasileira. 2009. 132 p. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2009.
VILELA, M. Estudos de Lexicologia do Português. Coimbra: Livraria Almedina, 1994.
WEINREICH, U.; LABOV, W.; HERZOG, M. I. Fundamentos empíricos para uma teoria da mudança linguística. São Paulo: Parábola, 2006 [1968].
XIAO, W. O eufemismo e o disfemismo em português e chinês, na obra do Pe. Joaquim Gonçalves. 2015. 92 f. Dissertação (Mestrado em Estudos Interculturais Português-Chinês: Tradução, Formação e Comunicação Empresarial) – Universidade do Minho Instituto de Letras e Ciências Humanas, Braga, Portugal, 2015. Disponível em: http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/34271/1/Wang%20Xiao.pdf. Acesso em: 02 maio 2021.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Revista do GEL
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Esta revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento.
A REVISTA DO GEL não cobra taxa de submissão ou de editoração de artigos (articles processing charges – APC).
Os critérios gerais de direitos autorais da REVISTA DO GEL estão dispostos no termo de direitos autorais que cada autor aceita ao submeter seu trabalho no periódico. Como regra geral o periódico utiliza as regras CC BY-NC da Creative Commons (regra disponível em: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/legalcode)