“Arthur: um autista no século XIX”: um convite a refletir sobre a importância da linguagem escrita terapêutica
DOI:
https://doi.org/10.21165/gel.v20i2.3509Palavras-chave:
Transtorno do Espectro Autista. Manifestações Subjetivas. Escrita.Resumo
Será possível vivermos sem amor, sem o prazer compartilhado e sem o valor do encantamento das palavras? Estas são algumas das questões que conduzirão nossa discussão sobre o percurso da Cristina Kupfer que, a partir dos seus personagens, reinventa modos de nos fazer olhar e escutar o autismo nos seus traços, idiossincrasias, manifestações subjetivas e na sua escrita. Metodologicamente, realizamos uma discussão teórica sobre a importância terapêutica da escrita na clínica do autismo a partir de recortes ilustrativos do romance Arthur: um autista no século XIX. Mais do que explorar a riqueza poética e a sensibilidade da obra, a autora nos permite ver que, graças a Marguerite, Arthur pôde viver o gosto da palavra escrita e essa não apenas deu forma ao seu pensamento, mas o criou. O leitor descobrirá que a escrita de Arthur lhe permitiu colocar em palavras o que vivenciava, traduzir a lógica de seu autismo e ressaltar a relevância do processo de alfabetização, que permite o exercício de uma linguagem com significação para a transmissão de uma experiência, de uma vivência pessoal, que inclui o corpo e inclui o outro como interlocutor.
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