Contratos de comunicação propostos e firmados durante o trabalho investigativo da Comissão Nacional da Verdade do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.21165/gel.v20i2.3508Palavras-chave:
Dialogismo. Contratos de Comunicação. Ethos discursivo. Ditadura Militar.Resumo
Este trabalho examina os contratos de comunicação, enquanto dispositivos geradores do discurso, propostos e/ou firmados durante as investigações realizadas pela Comissão Nacional da Verdade do Brasil. As discussões que integram a tese de doutorado (título da tese) defendida em 2022, permitiram a compreensão de parâmetros fundamentais da produção do Relatório da CNV, pois elas desnudam a rica interação instaurada entre os diversos parceiros das trocas comunicativas da produção de um arquivo testemunhal e a sua representação no discurso. Selecionamos a Teoria Semiolinguística de Patrick Charaudeau (2012, 2013), teorizações de Dominique Maingueneau (2013) sobre o ethos discursivo e a Teoria dos Pontos de Vista de Alain Rabatel (2016) como aportes teórico-metodológicos para as análises. Dentre os principais contratos de comunicação identificados a partir das estratégias discursivas movimentadas pelos locutores/enunciadores, ilustramos o contrato de legitimidade – atrelado ao ethos discursivo dos comissionados; o contrato de credibilidade – relacionado aos procedimentos legais e discursivos da elaboração do documento; e o contrato de verdade – objetivo global do ato comunicativo em questão.
Downloads
Referências
BAKHTIN, M. M. Estética da criação verbal. Tradução Paulo Bezerra. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2011.
BORBA, F. S. Dicionário Unesp do português do contemporâneo. 1. ed. Curitiba: Piá, 2011.
BRASIL. Comissão Nacional da Verdade. Relatório/Comissão Nacional da Verdade. Brasília: CNV, 2014a. Disponível em: http://cnv.memoriasreveladas.gov.br/index.php. Acesso em: 01 jul. 2022.
BRASIL. Comissão Nacional da Verdade. Relatório: textos temáticos/Comissão Nacional da Verdade. Brasília: CNV, 2014b. Disponível em: http://cnv.memoriasreveladas.gov.br/index.php. Acesso em: 01 jul. 2022.
BRASIL. Comissão Nacional da Verdade. Mortos e desaparecidos políticos/Comissão Nacional da Verdade. Brasília: CNV, 2014c. Disponível em: http://cnv.memoriasreveladas.gov.br/index.php. Acesso em: 01 jul. 2022.
BRASIL. Comissão Nacional da Verdade. Resolução nº 8, de 04 de março de 2013. Aprova o novo Regimento Interno da Comissão Nacional da Verdade. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, ano CL, n. 48, p. 1, 12 de março de 2013.
BRASIL. Comissão Nacional da Verdade. Comissão Nacional da Verdade no Recife – Parte 1. Captação de imagens e áudio Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Edição Lívia Mota/CNV. Publicado pelo canal Memórias Reveladas, 10/09/2012, 2012. 1 vídeo (7:47 min). Disponível em: http://cnv.memoriasreveladas.gov.br/35-videos/169-comissao-nacional-da-verdade-no-recife-parte-1.html. Acesso em: 30 jun. 2022.
BRASIL. Lei nº 12.528, de 18 de novembro de 2011. Cria a Comissão Nacional da Verdade no âmbito da Casa Civil da Presidência da República. Brasília, DF: Presidência da República, [2011]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12528.htm. Acesso em: 01 jul. 2022.
CHARAUDEAU, P. Discurso político. Tradução Fabiana Komesu e Dilson Ferreira da Cruz. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2013.
CHARAUDEAU, P. Linguagem e discurso: modos de organização. Tradução Fabiana Komesu e Dilson Ferreira da Cruz. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2012a.
CHARAUDEAU, P. Discurso das mídias. Tradução Angela S. M. Corrêa. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2012b.
MAINGUENEAU, D. Análise de textos de comunicação. Tradução Maria Cecília P. de Souza-e-Silva, Décio Rocha. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2013.
NOGUEIRA, J. Heterogeneidade enunciativa, gestão de vozes e orientação argumentativa no Relatório da Comissão Nacional da Verdade do Brasil. 2022. Tese (Doutorado em Estudos Linguísticos) – Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2022.
RABATEL, A. Homo narrans: por uma abordagem enunciativa e interacionista da narrativa: pontos de vista e lógica da narração teoria e análise. Tradução Maria das Graças Soares Rodrigues, Luis Passeggi e João Gomes da Silva Neto. São Paulo: Cortez, 2016.
RIMSTEAD, R. Histórias orais como locus de resistência. In: PETERSON, M.; NEIS, I. A. (org.). As armas do texto: a literatura e a resistência. 1. ed. Porto Alegre: Editora Sagra Luzzatto, 2000.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos. Acesso em: 12 maio 2022.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista do GEL
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Esta revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento.
A REVISTA DO GEL não cobra taxa de submissão ou de editoração de artigos (articles processing charges – APC).
Os critérios gerais de direitos autorais da REVISTA DO GEL estão dispostos no termo de direitos autorais que cada autor aceita ao submeter seu trabalho no periódico. Como regra geral o periódico utiliza as regras CC BY-NC da Creative Commons (regra disponível em: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/legalcode)