Do estatuto pronominal de ‘a gente’ e cliticização

Autores

  • Jania M. Ramos Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil
  • Francisca Paula Maia Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil

Palavras-chave:

Pronome, Clítico, Gramaticalização, A Gente, Nominativo

Resumo

Neste artigo focalizamos a polêmica sobre o estatuto pronominal dea gente no português brasileiro, instaurada por Taylor (2009). Assumindo a direcionalidade da gramaticalização como direcionalidade de movimento sintático (ROBERTS; ROUSSOU, 2003), a trajetória “a gente> a’ent> ent” é apresentada como movimento de N para D. Supondo que a direcionalidade é uma escala implicacional, argumentamos que a cliticização de ‘a gente’ implica por si apronominalização.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AMARAL, E.; RAMOS, J. Nomes gerais no Português Brasileiro. Belo Horizonte: Editora Fale/UFMG, 2014.

BAKER, M. Lexical categories: nouns, verbs, and adjectives. Cambridge: Cambridge University Press, 2004.

BHAT, D. Pronouns. Oxford: Oxford University Press, 2004.

CARDINALETTI, A.; STARKE, M. The typology of structural defi ciency: on the three grammatical classes. In: RIEMSDIJK, H. van (Ed.) Clitics in the languages of Europe. Berlin: Mouton de Gruyter, 1999. p. 145-233.

CARDINALETTI, A.; STARKE, M. The tripartition of pronouns and its acquisition: principle B puzzles are ambiguity problems. In: BECKMAN, J. (Ed.). Proceedings of the North East Linguistic Society 25.

Amherst: Mass, 1995. (v. 2: Papers from the workshops on Language Acquisition & Language Change)

COSTA, J.; PEREIRA, S. A gente: revisitando o estatuto pronominal e a concordância. In: SEDRINS, A. P. et al. (Org.) Por amor à linguística: miscelânea de estudos linguísticos dedicados à Maria Denilda Moura. Alagoas: Editora da UFAL, 2012.p. 101-122.

CORRÊA, L. T. A forma clítica de pronome pessoal no dialeto mineiro: uma variante sociolinguística. 89f. Dissertação (Mestrado em Estudos Linguísticos) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1998.

COVENEY, A. Vestiges of nous and the 1 st person plural verb in informal spoken French. Language Sciences, n. 22, p. 447-481, 2000.

DÉCHAÎNE, R.; WILTSCHKO, M. Decomposing pronouns. Linguistic Inquiry, n. 33, p. 409-442, 2002.

Den DIKKEN, M. “Pluringulars”, pronouns and quirk agreement. The Linguistic Review, n. 18, p. 19-41, 2001.

EGERLAND, V. Impersonal Pronouns in Scandinavian and Romance. Working Papers in Scandinavian Syntax, n. 71, p. 75-102, 2003.

GELDEREN, E. Economy of merge and grammaticalization: two steps in the evolution of language. 2006. Disponível em: . Acesso em: 29 set. 2011.

GELDEREN, E. Gramaticalization as Economy. Amsterdam: John Benjamins Publishing Company. 2004.

GROHMANN, K. Towards a syntactic understanding of prosodically reduced pronouns. Theoretical Linguistics, v. 26, p. 175-210, 2000.

GUY, G. Linguistic Variation in Brazilian Portuguese: aspects of the phonology, syntax, and language history. 1981. PhD Dissertation. University of Pennsylvania. Disponível em http://repository.upenn.edu/dissertations. Acesso em: jun. 2014.

HALLIDAY, M. A. K.; HASAN, R. Cohesion in English. 14. ed. London / New York: Longman, 1995 [1976].

HEINE, B.; SONG, K.-N. On the genesis of personal pronouns: some conceptual sources. Language and cognition, v. 2, n. 1, p. 117-147, 2010.

HEINE, B.; SONG, K.-N. On the grammaticalization of personal pronouns. Journal of Linguistics, v. 47, p. 587-630, 2011. Humanitas. 25-46.

JENSEN, F. 1990. Old French and comparative Gallo-Romance syntax . Tu bingen: Niemeyer, 1990.

LAENZLINGER, C. Comparative studies in word order variation: adverbs, pronouns and clause structure in Romance and Germanic. Amsterdam: John Benjamins, 1998.

LAENZLINGER, C.; SHLONSKY, U. Weak Pronouns as LF Clitics: Clustering and adjacencyeffects in the pronominal systems of German and Hebrew. Studia Linguistica, n. 51, v. 2, p. 154-185, 1997.

LOPES, C. R. dos S. De gente para a gente: o século XIX como fase de transição. In: ALKMIM, T. (ed.). Para a História do Português Brasileiro – Novos Estudos. São Paulo: Humanitas, 2002.

LOPES, C. R. dos S. A inserção de “a gente” no quadro pronominal do português: percurso histórico. Tese (Doutorado em Letras) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1999.

MAHLBERG, M. English general nouns: a corpus theoretical approach. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins Publishing Company, 2003.

MAIA, F. P. Investigando as formas reduzidas de a gente no dialeto mineiro. Tese (Doutorado em Estudos Linguísticos) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2012. 203p.

MENON, O. da. S. 1996. A gente: um processo de gramaticialização. Estudos Lingüisticos, n. 25, v. 1, p. 622-628, 1996.

MENON, O. P. S. Analyse sociolinguistique de l ́ indétermination du sujet dans le portugais parlé au Brésil, à partir des données Du NURC-SP. Thèse (Doctorat) – Université de Paris 7, Paris, 1994.

MIHATSCH, W. Kognitive Grundlagen lexikalischer Hierarchien: untersucht am Beispiel des Französischen und Spanischen. Tübingen: Max Niemeyer, 2006b.

MUNIZ, C. A. G. Nós e a gente: traços sociolingüísticos no assentamento. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2008. 126 p.

NYROP, K. Grammaire historique de la langue francaise. Copenhagen: Gyldendalske, 1925. Tome V.

OLIVEIRA, A. J. “Comendo o fi nal das palavras”: análise variacionista da haplologia, elisão e apócope em Itaúna/MG. Tese (Doutorado em Estudos Linguísticos) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2012. 297p.

OLIVEIRA, A. K. M.; CACCIAGUERRA, V. A Gramaticalização do Item “mesmo”: a mudança nas línguas românicas. Revista Anagrama, n. 3, p. 1-13, 2009.

POSTAL, P. On So-called “Pronouns” in English. In: REIBEL, D.A.; SCHANE, S.A. (Ed.). Modern Studies in English: Readings in Transformational Grammar. Englewood Cliffs, New Jersey: Prentice Hall, 1969.

RADFORD, A. 2004. Minimalist Syntax: Exploring the Structure of English. Cambridge: RAMAT, A.; SANSò, A. The spread and decline of indefi nite man-constructions in European languages.In: RAMAT, P;. ROMA, E. – (Ed.) Europe and the Mediterranean as Linguistic Área. Amsterdam / Philadelphia: John Benjamins Publishing Company, 2007.

RAMOS, J. M. Interjeições e Gramaticalização: Nó! E Nossa Senhora. In: VITRAL, S.; COELHO, S. (Org.). Estudos de Processos de Gramaticalização em Português:metodologias e aplicações. Campinas: Mercado de Letras, 2010. p. 315-332.

RISSO, M. S. Marcadores discursivos basicamente sequenciadores. In: JUBRAN, C. C. A. S; KOCH, I. G. V. (Org.). Gramática do português culto falado no Brasil. Campinas: Editora da Unicamp, 2006. v. 1. p. 427-496.

RISSO, M. S. Aspectos textuais-interativos dos marcadores discursivos de abertura Bom, Bem, Olha, Ah, no português culto falado. In: NEVES, M. H. M. (Org.). Gramática do português falado. Campinas: Editora da Unicamp, 1999. v.7.

ROBERTS, I.; ROUSSOU, A. Syntactic Change. A Minimalist Approach to Grammaticalization. Cambridge: Cambridge University Press, 2003.

SOUZA, E.M. Pronomes indefi nidos: uma classe homogênea? Tese (Doutorado Estudos Linguísticos. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2013.

TAYLOR, M. On the pronominal status of Brazilian Portuguese a gente. NYU Working Papers in Linguistics, Volume 2: Papers in Syntax, Spring 2009.

WELTON-LAIR, L. K. The evolution of the French indefi nite pronoun on : a corpus-based study in grammaticalization. PhD dissertation, Cornell University, 1999.

ZILLES, A. The development of a new pronoun: The linguistic and social embedding of a gente in Brazilian Portuguese. Language Variation and Change, v. 17, p. 19-53, 2005.

Downloads

Publicado

15-02-2016

Como Citar

Ramos, J. M., & Maia, F. P. (2016). Do estatuto pronominal de ‘a gente’ e cliticização. Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978), 44(1), 390–400. Recuperado de https://revistadogel.emnuvens.com.br/estudos-linguisticos/article/view/897

Edição

Seção

Sintaxe