Sintaxe histórica do infinitivo português: a oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo
DOI:
https://doi.org/10.21165/gel.v19i2.3420Palavras-chave:
Oração infinitiva. Português. Latim. Sintaxe histórica.Resumo
Confronto duas construções portuguesas: a de verbo causativo ou sensitivo e a de verbo declarativo ou opinativo com nome/pronome e infinitivo. Primeiro, procuro mostrar, à luz da gramática sincrônica, duas diferenças entre as construções: 1) que o nome/pronome e infinitivo constituem oração (= subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo) na segunda construção, mas não na primeira; 2) que, quando se emprega pronome pessoal, este apresenta forma reta na segunda construção, e oblíqua na primeira. Daí, investigo, à luz da gramática diacrônica, as causas dessas diferenças, que têm suas raízes no latim. Enfim, ilustro o uso de ambas as construções em nove textos portugueses elaborados entre os séc. XIII e XVI.Downloads
Referências
Textos literários
A demanda do Santo Graal. Edição de Irene Freire Nunes. 2. ed. Lisboa: Imprensa Nacional / Casa da Moeda: 2005.
Chronica XXIV Generalium Ordinis Minorum. In: Analecta Franciscana. Quaracchi: Collegio di San Bonaventura, 1897, t. III.
BARROS, J. Decada Primeira da Asia. Lisboa: Impressa por Jorge Rodriguez, 1628.
CAMÕES, L. Os Lusíadas. Reprodução paralela das duas edições de 1572 [fac-símile]. Comissão da Academia das Ciências de Lisboa para a edição crítica d’Os Lusíadas. Lisboa: Imprensa Nacional / Casa da Moeda, 1982.
Crónica da Ordem dos Frades Menores (1209-1285). Manuscrito do século XV, agora publicado inteiramente pela primeira vez... por José Joaquim Nunes. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1918.
DOM JOÃO I. Livro da montaria. Publicado por Francisco Maria Esteves Pereira. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1918.
INFANTE DOM PEDRO. O livro da virtuosa bemfeitoria. Porto: Officinas do “Commercio do Porto”, 1910.
LOPES, F. Primeira parte da crónica de D. João I. Paris / Lisboa: Livrarias Aillaud & Bertrand, 1922.
Os livros de linhagens. In: Portugaliae historica monumenta. Lisboa: Editora da Academia de Ciências de Lisboa, 1860, v. I, fasc. II, p. 131-280.
SÁ DE MIRANDA, F. Obras completas. 5. ed. Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora, 2003, 2 v.
Textos gramaticais
ALI, M. S. Gramática secundária da língua portuguesa. Edição revista e comentada ... pelo Prof. Evanildo Bechara. s/ed. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1964 [1923].
APOLLONIUS DYSCOLUS. De constructione. Editado por G. Uhlig. In: Grammatici Graeci. Leipzig: Teubner, 1910, v. II, pt. ii.
BARRETO, M. Através do dicionário e da gramática. 3. ed. Rio de Janeiro: Edição da “Organizaçao Simões”, 1954 [1927].
BARRETO, M. Novíssimos estudos da língua portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Presença, 1980a [1911].
BARRETO, M. Novos estudos da língua portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Presença, 1980b [1914].
BASSOLS DE CLIMENT, M. Sintaxis latina. 8. imp. Madrid: C.S.I.C., 1987, 2 v. [1945/1948].
BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. 34. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1992 [1961].
BECHARA, E. Lições de português pela análise sintática. 16. ed. Rio de Janeiro: Editora Lucerna, 2002 [1960].
BLATT, F. Précis de syntaxe latine. Tradução francesa de H. Barbier e K. Olsen. Lyon: IAC, 1952.
BOURCIEZ, É. Éléments de linguistique romane. 4. ed. Paris: Librairie C. Klincksieck, 1956 [1910].
BRANDÃO, C. Sintaxe clássica portuguesa. Belo Horizonte: Imprensa da Universidade de Minas Gerais, 1963.
CEGALLA, D. P. Novíssima gramática da língua portuguesa. 14. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1976 [1964].
CUNHA, C.; CINTRA, L. F. L. Nova gramática do português contemporâneo. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1985.
ERNOUT, A. Morphologie historique du latin. 3. ed. Paris: Librairie Klincksieck, 1974 [1953].
ERNOUT, A.; THOMAS, F. Syntaxe latine. 2. ed. Paris: Librairie Klincksieck, 1953 [1951].
GRANDGENT, C. H. An introduction to vulgar latin. Boston: D. C. Heath & Co., Publishers, 1907.
HUMBERT, J. Syntaxe grecque. 3. ed. Paris: Éditions Klincksieck, 1993.
JURET, A. C. Système de la syntaxe latine. 2. ed. Paris: Les Belles Lettres 1933.
LIMA, C. H. R. Gramática normativa da língua portuguesa. 18. ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1976 [1957].
MAURER JUNIOR, T. H. Gramática do latim vulgar. Rio de Janeiro: Livraria Acadêmica, 1959.
MEILLET, A.; VENDRYES, J. Traité de grammaire comparée des langues classiques. 5. ed. Paris: Honoré Champion, 1979 [1924].
MELO, G. C. Novo manual de análise sintática. 3. ed. Rio de Janeiro: Livraria Acadêmica, 1971 [1954].
MICHEL LE SYNCELLE DE JÉRUSALEM. Traité de la construction de la phrase. Editado por D. Donnet. Bruxelles: Institut Historique Belge de Rome, 1982.
MOORE, R. W. Comparative Greek and Latin syntax. 2. ed. London: Bristol Classical Press, 2000 [1934].
OITICICA, J. Manual de análise (léxica e sintática). 2. ed. Rio de Janeiro: Typographia Baptista de Souza, 1923 [1919].
PETRUS HELIAS. Summa super Priscianum. Editado por L. Reilly. Toronto: Pontifical Institute of Mediaeval Studies, 1993, 2 v.
PRISCIANUS GRAMMATICUS CAESARIENSIS. Institutionum grammaticarum libri XVIII. Editado por M. Hertz. In: Grammatici Latini. Leipzig: Teubner, 1855-74, v. II-III, p. 1-384.
RIEMANN, O. Syntaxe latine. 7. ed. revista por A. Ernout. Paris: Librairie Klincksieck, 1942 [1886].
VÄÄNÄNEN, V. Introduction au latin vulgaire. 3. ed. Paris: Librairie Klincksieck, 1981 [1965].
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Revista do GEL
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Esta revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento.
A REVISTA DO GEL não cobra taxa de submissão ou de editoração de artigos (articles processing charges – APC).
Os critérios gerais de direitos autorais da REVISTA DO GEL estão dispostos no termo de direitos autorais que cada autor aceita ao submeter seu trabalho no periódico. Como regra geral o periódico utiliza as regras CC BY-NC da Creative Commons (regra disponível em: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/legalcode)