O gênero gramatical na fala gay e sua (multi)funcionalidade
DOI:
https://doi.org/10.21165/gel.v15i2.2055Palavras-chave:
Gênero gramatical. Predicação. Fala gay. Funcionalismo linguístico.Resumo
Este trabalho aborda a variação entre o uso de adjetivos em concordância com os gêneros masculino e feminino em predicações realizadas por homens gays, acadêmicos do Centro de Comunicação e Expressão da Universidade Federal de Santa Catarina, sob a perspectiva do funcionalismo norte-americano de Talmy Givón. Foram realizadas entrevistas orais com seis indivíduos dessa comunidade, separadamente, e a análise dos dados coletados verificou que esses sujeitos fazem uso variado de ambos os gêneros gramaticais em suas construções predicativas, podendo produzir, por exemplo, sentenças como “estou cansada” e “estou cansado” ao se referirem a si próprios. As entrevistas foram divididas em blocos temáticos e o instrumento de coleta buscou, primeiramente, verificar se os sujeitos fariam uso do gênero feminino durante a entrevista, através de perguntas que impunham uma resposta predicativa e, num segundo momento, indagá-los diretamente sobre a realização do fenômeno. Segundo os dados, fatores externos como (i) o grau de formalidade da situação comunicativa e (ii) o grau de intimidade com o interlocutor condicionam ou restringem ambos os usos, favorecendo a forma masculina em situações de maior formalidade e menor intimidade. Acerca da funcionalidade de cada variante, foram identificadas três funções desempenhadas pela forma feminina, compreendida como multifuncional: (i) função semântica representacional, cujo uso é compartilhado com a predicação masculina; (ii) funções de superlativo (+ e ++); e (iii) funções interativas (expressar ironia, brincadeira e intimidade).
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