ESPAÇOS DE SUBJETIVIDADE NO DISCURSO LITERÁRIO-RELIGIOSO FALANDO COM DEUS, DE FREI JERONIMO BAÍA
DOI:
https://doi.org/10.21165/gel.v14i1.1434Palavras-chave:
Barroco, literatura, Análise do Discurso, Frei Jeronimo Baía, efeitos de subjetividade.Resumo
Em contribuição aos estudos enunciativo-discursivos propostos pela Análise do Discurso, analisamos o discurso Falando com Deus, de Frei Jerónimo Baía, poeta e religioso seiscentista português. Examinamos os espaços de subjetividade presentes na amostra selecionada, que levam o enunciador a ressignificar a fé católica na confluência de dois campos discursivos: a teologia medieval e o pensamento filosófico científico. Frei Jerónimo Baía (1620-1688) nasceu em Coimbra e professorou no Convento de São Martinho de Tibães como membro da Ordem Beneditina. Sua obra poética encontra-se reunida nos Cancioneiros Fénix Renascida (1715-1728) e Postilhão de Apolo (1761). Discurso regulamentado pela instituição religiosa e pelas influências das práticas sociais seculares, seus enunciados são desdobramentos individuais que estimulam efeitos de sentido diversos acerca dos dogmas contra-reformistas. As noções de subjetividade propostas nos estudos de Gilles Deleuze e Felix Guattari, assim como as reflexões teórico-metodológicas sobre a cenografia, articuladas por Dominique Maingueneau nos auxiliam no exame dos espaços de subjetividade de nossa amostra. As noções oferecem um campo conceitual sobre a potência de variação da expressão humana e compreendem a subjetividade como uma produção fruto de encontros com o Outro, o que de certa forma contribui para as reflexões sobre interdiscursividade.
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