O PAPEL DE ESTRUTURAS PROSÓDICAS E MORFOSSINTÁTICAS EM HIPOSSEGMENTAÇÕES DO ENSINO FUNDAMENTAL II

Autores

  • Luciani Ester Tenani Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP), São Paulo, Brasil
  • Roberta Pereira Fiel UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA, UNESP.

DOI:

https://doi.org/10.21165/gel.v13i3.1416

Palavras-chave:

Prosódia, Morfossintaxe, Ortografia, Fala, Escrita, Língua portuguesa

Resumo

Neste artigo, investigamos possíveis motivações linguísticas para ocorrer hipossegmentações (como “concerteza”, “jogalo”) em textos escritos por alunos ao longo dos quatro últimos anos do Ensino Fundamental. Assumimos a premissa de que as hipossegmentações são resultados de relações entre fala e escrita nas quais os alunos se baseiam ao produzirem seus textos. Essas relações mobilizam, principalmente, estruturas prosódicas e morfossintáticas, além de informações letradas sobre fronteiras gráficas de palavra escrita. No que diz respeito à abordagem da prosódia, adotamos a perspectiva que a concebe como constitutiva da língua, seja falada ou escrita. Os resultados mostram que: (i) a principal regularidade prosódica é a junção de clítico mais palavra prosódica que o segue, evidenciando que a prosodização de clíticos à direita guia os registros escritos observados; (ii) a regularidade morfossintática predominante é a hipossegmentação de preposições, além de artigos, conjunções, pronomes átonos, evidenciando dificuldades na delimitação de palavras gramaticais como palavras ortográficas independentes. Quanto à distribuição de dados ao longo dos anos letivos, houve aumento de hipossegmentações que envolvem sequência de clíticos monossilábicos no nono ano, resultado que evidencia que estrutura linguística ainda não é dominada pelos estudantes ao final do Ensino Fundamental.

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Biografia do Autor

Luciani Ester Tenani, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP), São Paulo, Brasil

É professora doutora na UNESP desde 1997, onde ministra disciplinas para graduação (Licenciatura em Letras e Licenciatura em Pedagogia) e pós-graduação (Programa em Estudos Linguísticos). Fez mestrado (1996) e doutorado (2002) em Linguística na UNICAMP e pós-doutorado (2013) em Linguística Aplicada na USP. Foi chefe do Departamento de Estudos Linguísticos e Literários (2004-2006), IBILCE/UNESP, e é, atualmente, coordenadora do Laboratório de Fonética, IBILCE/UNESP. É vice-líder do grupo de pesquisa “Estudos sobre a linguagem” (CNPq/UNESP) e pesquisadora do grupo “Descrição Sócio-Histórica das Vogais do Português (do Brasil)” (CNPq/UFMG). É membro do Grupo de Trabalho Fonética e Fonologia da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística (ANPOLL) e é bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq desde 2010. Tem  pesquisado, publicado e orientado dissertações e teses sobre os seguintes temas: prosódia do Português Brasileiro e processos segmentais variáveis, relação entre fonologia e ortografia, relação entre prosódia e pontuação.

Roberta Pereira Fiel, UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA, UNESP.

Licenciada em Português/Inglês pela UNESP, câmpus de São José do Rio Preto, e mestranda em Estudos Linguísticos no IBILCE/UNESP. Foi bolsista PIBIC/CNPq, durante a graduação, e é bolsista FAPESP no mestrado.

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Publicado

30-12-2016

Como Citar

Tenani, L. E., & Fiel, R. P. (2016). O PAPEL DE ESTRUTURAS PROSÓDICAS E MORFOSSINTÁTICAS EM HIPOSSEGMENTAÇÕES DO ENSINO FUNDAMENTAL II. Revista Do GEL, 13(3), 107–129. https://doi.org/10.21165/gel.v13i3.1416

Edição

Seção

Artigos