Semiótica ou Estética: considerações sobre a epistemologia das Letras
Parole chiave:
teoria literária, linguística, críticaAbstract
De sua gênese, a Teoria da Literatura manteve com o Estruturalismo afinidades epistemológicas que subsidiaram a convergência da atividade crítica e do método analítico. Isso implicou, junto à normalização e à desmistificação do discurso literário, sua radical desestetização. A ambição de universalidade contida na equação irrefletida entre conhecimento válido e sistema de proposições teóricas promoveu nas Letras uma objetividade às expensas do objeto: as definições da linguística concorreram para o apagamento da dimensão material da experiência da linguagem. Se lidamos, porém, com um erro epistemológico – a saber, triplo: pressupor comensuráveis análise e crítica, saber e verdade, universal linguístico e particular estético –, a autorreflexão crítica deve esforçar-se por encontrar a superação das insuficiências que acompanham o entrelaçamento histórico entre linguística e estética.
Downloads
Riferimenti bibliografici
AGUIAR E SILVA, Vítor Manuel de. Teoria da literatura. 4. ed. Coimbra: Almedina, 1988 [1967].
AMORA, Antônio Soares. Introdução à teoria da literatura. São Paulo: Cultrix, 2004 [1967].
BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e fi losofi a da linguagem. São Paulo: Hucitec, 2006.
BANN, Stephen. Semiotics. In: SELDEN, Raman (Org). The Cambridge History of Literary Criticism. Vol. 8: From Formalism to Poststructuralism. Cambridge: Cambridge University Press, 2004. p. 85–109.
BARROS, Diana Luz Pessoa De. Teoria do discurso: fundamentos semióticos. São Paulo: Humanitas; FFLCH/USP, 2002.
CANDIDO, Antonio. O estudo analítico do poema. São Paulo: Humanitas / FFLCH/USP, 1996 [1967].
DE MAN, Paul. The resistance to theory. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1986.
DOLEZEL, Lubomir. A poética ocidental: tradição e inovação. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1990.
DOSSE, François. History of Structuralism: the Rising Sign, 1945-1966. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1997.
EIKHENBAUM, Boris et al. Teoria da Literatura: formalistas russos. Porto Alegre: Globo, 1976.
GUMBRECHT, Hans Ulrich. Response: an end to literary theory. Journal of Literary Theory, v. 1, n. 1, p. 212–16, 2007. Disponível em: <http://www.jltonline.de/index.php/ articles/rt/prin-terFriendly/60/248>. Acesso em: 29 abr. 2014.
JAKOBSON, Roman. Linguística e Comunicação. São Paulo: Cultrix, 1995.
JIRMUNSKI, Viktor. Sobre a questão do “Método Formal.” In: EIKHENBAUM, Boris, et al. Teoria da Literatura: formalistas russos. Porto Alegre: Globo, 1976.
MEDVIÉDEV, Pável Nikoláievitch. O método formal nos estudos literários. São Paulo: Contexto, 2012.
MOISÉS, Massaud. A Análise Literária. São Paulo: Cultrix, 2005 [1969].
MOWITT, John. Text: the Genealogy of an Antidisciplinary Object. Durham, NC: Duke University Press Books, 1992.
POMORSKA, Krystyna. Formalismo e Futurismo: a teoria formalista russa e seu ambiente poético. São Paulo: Perspectiva, 1972.
SCHELLING, Friedrich Willhelm Joseph von. O “programa sistemático”. In: Friedrich von Schelling. Obras Escolhidas. 5. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991.
STEINER, Peter. Russian Formalism. In: SELDEN, Raman (Org.). The Cambridge History of Literary Criticism – Vol. 8: From Formalism to Poststructuralism. Cambridge: Cambridge University Press, 2004.
TAGLIAFERRI, Aldo. Estetica do Objetivo. São Paulo: Perspectiva, 1978.
WARREN, Austin; WELLEK, Renê. Teoria da Literatura e Metodologia dos Estudos Literários. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
WEITZ, Morris. The content of form: a commentary. New Literary History, v. 2, n. 2, p. 351–56, 1971. Disponível em: <http://www.jstor.org/discover/10.2307/468608>. Acesso em: 29 abr. 2014.