A emergência do subesquema [V_que] na rede dos conectores condicionais

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.21165/el.v50i2.3038

Palabras clave:

construcionalização, mudança construcional, condicionalidade.

Resumen

O objetivo principal é descrever os processos de mudança que levaram à emergência do subesquema [V_que] na rede dos conectores condicionais no português. Os dados foram coletados do Corpus do Português, disponível em www.corpusdoportugues.org, e do BIT- Prohpor, disponível em https://www.prohpor.org/bit-banco-pb, datados nos séculos XVIII a XX. A base teórica deste trabalho vincula-se aos modelos baseados no uso, sobretudo, a Traugott e Trousdale (2013) e pelos estudos acerca da condicionalidade de Dancygier (1998) e Oliveira (2019a, 2019b). A princípio, embora o subesquema [V_que] apresente baixa produtividade, observa-se que a cada século ela aumenta, conforme mostram os dados coletados. Como resultado, observou-se que esse subesquema emerge na rede dos conectores condicionais da língua portuguesa com o surgimento das microconstruções “supondo que”, por processo de construcionalização, a partir da mudança do verbo “supor” para a forma gerúndio “supondo” + a conjunção “que”, e de “dado que” e “posto que”, por mudanças construcionais, uma vez que essas microconstruções apresentavam, antes do século XIX, apenas significado causal.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Camila Gabriele da Cruz Clemente, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), São Carlos, São Paulo, Brasil

Mestre pela UFMS em Análise e descrição de línguas naturais. Doutoranda pela UFSCar em Análise e descrição de línguas naturais.

Citas

BARRETO, T. M. M. Gramaticalização das conjunções na história do português. 1999. Tese (Doutorado em Letras) – Instituto de Letras, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 1999.

BUENO, A. F. O conector supondo que no português. 2015. Dissertação (Mestrado em Estudos Linguísticos) – Faculdade de Artes, Letras e Comunicação, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Três Lagoas, 2015.

CAVAGUTI, A. P.; HIRATA-VALE, F. B. M. A configuração semântica de orações causais-condicionais no português do Brasil segundo a Gramática Discursivo-Funcional. Veredas, Juiz de Fora, v. 18, p. 101-120, 2014.

CROFT, W. Radical construction grammar. Oxford: Oxford University Press, 2001.

DANCYGIER, B. Conditionals and predication. Cambridge: Cambridge University Press, 1998.

DANCYGIER, B.; SWEETSER, E. Mental spaces in grammar: conditional constructions. Cambridge: Cambridge University Press, 2005.

HILPERT, M Construction Grammar and its Application to English. Edinburgh: Edinburgh University Press, 2014.

HIRATA-VALE, F. B. M. O conectivo complexo “supondo que”: história e uso. In: FIGUEIREDO, D. de C. et al. (org.). Sociedade, cognição e linguagem. Florianópolis: Editora Insular, 2012. p. 381-402.

LANGACKER, R. Foundations of cognitive grammar. v 1. Stanford: Stanford University Press, 1987.

OLIVEIRA, T. P. A construção [[supondo_que]CON. Estudos Linguísticos; São Paulo, v. 48, n. 1, p. 370-83, 2019a.

OLIVEIRA, T. P. A construção condicional em português. Revista de Letras, v. 2, n. 38, 2019b.

OLIVEIRA, T. P. Conjunções e orações condicionais no português do Brasil. 2008. Tese (Doutorado em Linguística e Língua Portuguesa) - Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Araraquara, 2008.

OLIVEIRA, T. P.; HIRATA-VALE, F. B. M. A condicionalidade como zona conceitual. DELTA, v. 33, n. 1, p. 291-313, 2017.

ROSÁRIO, I. C.; OLIVEIRA, M. R. Funcionalismo e abordagem construcional da gramática. Alfa, São Paulo, v. 60, n. 2, p. 233-259, 2016.

SOARES, B. A construcionalização de ‘a gente’ no Português Brasileiro: uma abordagem da Linguística Centrada no Uso. Revista Linguística Rio, v. 1, p. 3, 2014.

TRAUGOTT, E. C.; TROUSDALE, G. Constructionalization and Construcional Change. Oxford: Oxford University Press, 2013.

Publicado

2021-07-23

Cómo citar

Clemente, C. G. da C. (2021). A emergência do subesquema [V_que] na rede dos conectores condicionais. Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978), 50(2), 579–596. https://doi.org/10.21165/el.v50i2.3038

Número

Sección

Artigos