Entre imagens e sons: (des)construções de identidades no filme "Boi Neon"
DOI:
https://doi.org/10.21165/el.v48i3.2373Palabras clave:
Boi Neon, cinema brasileiro, identidades, discursoResumen
Este trabalho, de caráter ensaístico e interdisciplinar – envolvendo as áreas de Linguagens, Mídia e Arte –, trata de uma análise interpretativa do discurso produzido no/pelo filme Boi Neon (2015), de Gabriel Mascaro. Abordando questões relacionadas à vida cotidiana do nordestino brasileiro humilde e trabalhador, o filme permite cruzamentos teóricos de estudiosos advindos de diversas áreas do conhecimento, a partir dos quais se pode expressar e dar vida às identidades dos sujeitos-personagens que produzem a realidade fílmica. As reflexões a respeito das (des)construções de identidades das personagens da narrativa e de como essas identidades podem estar relacionadas à formação dos sujeitos contemporâneos são tópicos centrais, analisados sob uma ótica estrutural (de montagem das cenas), levando em conta a trilha sonora (tanto o uso de sons quanto sua ausência), as movimentações e angulações de câmera, as tensões geradas pelo corte e/ou continuidade das tomadas. Tais elementos permitem pensar como o som e a imagem podem estar atrelados no filme, que expectativas a associação entre eles pode produzir no público e quais contribuições as relações entre a intenção de uso desses recursos e seus efeitos proporcionam para o espectador, demonstrando como os temas valorizam as personagens em seus processos de sonhos. Foram selecionadas cenas, músicas e trechos de enunciados do filme com potencial para discutir a formação identitária das personagens e de seus laços sociais, bem como a análise descritiva dos elementos fílmicos, ajudando a compreender as relações e as práticas sociais que implicam a constituição do sujeito no discurso cinematográfico e a maneira com que o filme rompe e reitera valores sociais presentes no imaginário coletivo – sobretudo o que marca o sertanejo nordestino brasileiro –, brincando com a expectativa do público.
Descargas
Citas
ALBUQUERQUE JÚNIOR, D. M. de. A invenção do Nordeste e outras artes. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
BHABHA, H. K. O local da cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1998.
BIRMAN, J. Arquivo e mal de arquivo: uma leitura de Derrida sobre Freud. Natureza Humana, v. 10, n. 1, p. 105-128, jan.-jun. 2008. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/nh/v10n1/v10n1a05.pdf. Acesso em: 09 nov. 2016.
COSTA, F. M. da. Silêncio e vozes no cinema: Tabu e Stereo. Significação, v. 41,
n. 41, p. 140-155, 2014. Disponível em: www.revistas.usp.br/significacao/article/download/83424/86411. Acesso em: 22 maio 2017.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil platôs – capitalismo e esquizofrenia. v. 1. Tradução Aurélio Guerra Neto e Célia Pinto Costa. Rio de Janeiro: Editora 34, 1995.
FRANÇA, A. O cinema entre a memória e o documental. Intertexto, Porto Alegre: UFRGS, v. 2, n. 19, p. 1-14, jul.-dez. 2008. Disponível em: http://seer.ufrgs.br/index.php/intexto/article/view/7999/4766. Acesso em: 09 nov. 2016.
HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Tradução Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. 11. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: DP&A, 2011.
IANNI, O. Enigmas da Modernidade-Mundo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.
ORLANDI, E. P. As formas do silêncio: no movimento dos sentidos. 6. ed. Campinas: Editora da UNICAMP, 2007.
XAVIER, I. O discurso cinematográfico: a opacidade e a transparência. 3. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2005.
Filmografia
BOI neon. Direção: Gabriel Mascaro. Fotografia: Diego Garcia. Imovision, 2015. Versão AppleTV (103 min).