Construções condicionais insubordinadas adversativas no português brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.21165/el.v50i2.2986Schlagworte:
insubordinação, condicionalidade, adversatividade, contrastividade, funcionalismo.Abstract
Considerando a emergência de estudos sobre o fenômeno da “insubordinação” (EVANS, 2007), este trabalho tem por finalidade descrever os usos de construções condicionais insubordinadas (CCI) encabeçadas por “se” com valor adversativo no português do Brasil, ainda não plenamente descritos nesta língua. Para tal, foi utilizada a abordagem funcionalista (NEVES, 2000, 2002) e a perspectiva teórica de autores como Sansiñena (2015), Schwenter (2016) e Montolío (1999). Os dados foram coletados em corpora de língua falada (Corpus do Português e Corpus C-Oral-Brasil) e analisados qualitativamente. Em termos formais, nessas construções emprega-se o do modo indicativo, motivado por seu estatuto factual. As CCIs adversativas são utilizadas em posição de réplica, por ocorrerem em contextos dialógicos. Pragmaticamente, são caracterizadas por apresentar um caráter de rispidez, decorrente da relação simétrica entre os interlocutores.
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Literaturhinweise
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