Unificação de termos na filologia: diálogo transdisciplinar e qualificação dos trabalhos
DOI:
https://doi.org/10.21165/el.v49i2.2712Palavras-chave:
filologia portuguesa, uniformização de terminologia, diálogo transdisciplinar, qualificação de estudos filológicos.Resumo
Filólogos de universidades brasileiras têm divulgado projetos de pesquisa cujos produtos – edições fidedignas de textos antigos e modernos – contribuem para a constituição de corpora variados para utilizações seguras por pesquisadores das mais diversas áreas do conhecimento. Dado este ressurgimento da filologia e das pesquisas em linguística histórica na década de 1990, eventos científicos nessa área tornaram-se importantes instrumentos de difusão desses trabalhos. Quanto mais a filologia se revela como curadoria filológica de textos, maior a conveniência do diálogo transdisciplinar entre filólogos, linguistas e historiadores. Este artigo propõe-se a discutir a diversidade de normas e nomenclaturas utilizadas para identificar os tipos fundamentais de edição, a partir de três manuais brasileiros de crítica textual – Cambraia (2005), Spina (1994) e Azevedo (1987) – e o papel de uma possível uniformização dessa terminologia filológica para qualificar as edições e para facilitar esse diálogo transdisciplinar.Downloads
Referências
AZEVEDO FILHO, L. A. Iniciação em Crítica Textual. Rio de Janeiro: Presença Edições; São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1987.
CAMBRAIA, C. N. Introdução à crítica textual. São Paulo: Martins Fontes; 2005.
CASTRO, I. Filologia. Biblos: Enciclopédia Verbo das Literaturas de Língua Portuguesa, Lisboa: Verbo, v. 2, 1995.
CASTRO, I. O linguista e a fixação da norma. In: ENCONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE LINGUÍSTICA, 18, 2002, Porto. Lisboa: APL, 2003, p. 11-24.
CEIA, C. E-Dicionário de Termos Literários: gênese e desenvolvimento. Lisboa: Universidade Nova de Lisboa, Centre for English, Translation and Anglo-Portuguese Studies, 2009. Disponível em: http://edtl.fcsh.unl.pt. Acesso em: 17 set. 2019.
CONTRERAS, L. N. Manual de Paleografia. Madrid: Cátedra, 1994.
FERREIRA, P. T. Filologia como curadoria: o caso Pessoa. Filol. Linguíst. Port., São Paulo, v. 18, n. 2, p. 231-262, ago./dez. 2016. Disponível em: http://dx.doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v18i2p231-262. Acesso em: 28 set. 2019.
GUMBERT, J. P. Letras y coordenadas: enfoque cartesiano a una disciplina humana. Signo: Revista de Historia de la Cultura Escrita, Universidade de Alcalá, v. 7, p. 9-28, 2000.
GUMBRECHT, H. U. The Powers of Philology: Dynamics of Textual Scholarship. Urbana e Chicago: University of Illinois Press, 2003.
MEGALE, H. Pesquisa filológica: os trabalhos da tradição e os novos trabalhos em língua portuguesa. In: Anais. São José do Rio Preto: UNESP/GEL, 1998.
MEGALE, H.; CAMBRAIA, C. N. Filologia portuguesa no Brasil. D.E.L.T.A, São Paulo, v. 15, n. 3, p. 1-22, 1999. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/delta/article/view/40264. Acesso em: 28 set. 2019.
REINACH, S. Manuel de Philologie Classique. Paris: Librairie Hachette, 1883.
RONCAGLIA, A. Principi e applicazioni di critica testuale. Roma: Bulzoni, 1975.
SILVA, M. de C. e. A palavra filologia e as suas diversas acepções: os problemas da polissemia. Revista Confluência, Rio de Janeiro, n. 23, p. 53-70, 2002.
SOBRAL, C. Estemática em português: termos, história, conceitos. Estud. Lingüíst. Galega, v. 8, p. 205-227, 2016. Disponível em: http://dx.doi.org/10.15304/elg.8.2759. Acesso em: 28 set. 2019.
SPINA, S. Introdução à Edótica: Crítica Textual. 2. ed. rev. atual. São Paulo: Ars Poética; Editora da Universidade de São Paulo; 1994.