Gêneros oclusos na telecolaboração: a variação na estrutura retórica da sessão oral de teletandem inicial

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21165/el.v48i3.2175

Palavras-chave:

telecolaboração, gêneros oclusos, estrutura retórica

Resumo

O projeto Teletandem Brasil (TELLES, 2006) proporciona a estudantes universitários o contato intercultural entre falantes de línguas distintas em um ambiente telecolaborativo em que cada participante auxilia seu par na aprendizagem de sua língua. O presente artigo apresenta os resultados de uma investigação da estrutura retórica de um evento comunicativo que ocorre neste contexto, a sessão oral de teletandem inicial (SOTi), compreendida como um gênero (RAMPAZZO; ARANHA, 2018, 2019b), a fim de verificar se há relação entre a variação em sua estrutura e o fato de os participantes não terem acesso ou experiência anterior com esse evento comunicativo nem conhecimento de sua estrutura retórica esperada, considerando que a SOTi possa ser um gênero ocluso (LOUDERMILK, 2007; SWALES, 1996). Nossos resultados indicam que a variação pode estar associada à oclusão da SOTi, uma vez que os participantes devem recorrer a outros gêneros e experiências prévias para a produção da sessão oral de teletandem inicial.

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Publicado

18-12-2019

Como Citar

Rampazzo, L. (2019). Gêneros oclusos na telecolaboração: a variação na estrutura retórica da sessão oral de teletandem inicial. Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978), 48(3), 1535–1553. https://doi.org/10.21165/el.v48i3.2175

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Artigos